quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Notícias da Cidade

Jovem herdeiro recarrega bilhete de ônibus com 20 mil

Para a família do jovem Heitor Schrottplatz, 23, foi um alívio. Desde o falecimento do pai, o empresário do ramo de cabides Ramires Schrottplatz, o jovem vinha manifestando diariamente um comportamento agressivo e causando complicações com os vizinhos e visitas. Diagnosticado com uma síndrome rara, conhecida como "Sídrome do Cachorro Velho", por causa do comportamento aparentemente canino dos pacientes (como esconder comida em buracos no quintal) Heitor foi considerado incapaz de trabalhar aos 17 anos, por uma junta médica. A partir de então, passou por diversos tratamentos psiquiátricos e terapias, sem sucesso.
O quadro piorou no fim de 2008, quando o pai, que sofria de leucemia, veio a falecer. Heitor passou a fugir de casa nú para defecar em frente à padaria do bairro, além de gritar obcenidades para os passantes. Constrangidos, os familiares procuraram ajuda da vidente Mariazinha D'além, que os aconselhou a perguntar ao jovem a respeito de seus desejos.
Foi a avó de Heitor que descobriu: Heitor gosta de passear de ônibus.
Daquele momento em diante, primeiro com a avó e depois sozinho, Heitor passou a ser passageiro frequente das linhas que ligam seu bairro, Sapopemba, em São Paulo, ao centro da cidade. Com a prática diária, ele agora já circula por toda a cidade, subindo e descendo de ônibus constantemente, seja qual for a linha e o percurso.
Heitor sai às 6 da manhã e pega sempre o mesmo ônibus. Por isso, já ficou conhecido como "o menino maluquinho", e é querido pelos motoristas e cobradores. "Em 20 anos de empresa, nunca vi uma coisa dessas. Ele vai de ponto final a ponto final" diz o motorista Uéllinton, um de seus conhecidos. De fato. Sem parar pra comer, Heitor para apenas alguns minutos em cada ponto. chega em casa sempre às 10 da noite, pontualmente.
Mas o que impressiona, na realidade, é o fato de que Heitor, filho de um dos maiores empresários do país, tenha comprado com sua herança 20 mil reais em créditos do bilhete único, a passagem que funciona para o transporte na cidade. Com esse dinheiro, ele poderá andar de ônibus sem parar por 1242 dias, ou quase 3 anos e meio. "Ele é a alegria das viagens", garante o cobrador Jesuelino Almeida, outro amigo do jovem. Haja alegria, com o trânsito da nossa cidade...



Amor incondicional

O caso seria apenas mais uma história de amor, se não fosse pela natureza insólita dos personagens. Ela, advogada, 42 anos, carioca moradora de São Paulo há 20, situação financeira definida. Ele, 6 anos, simpático cão de raça labrador, boa saúde e trata fina.
Foi enorme a surpresa do tabelião quando Maria, a advogada, chegou no cartório com seu adorado Malaquias e perguntou no balcão: - nós vamos casar. Onde eu preencho os documentos?
Ainda descrente, André, o tabelião, perguntou: pois não senhora, onde está o noivo?
A resposta veio direta: é esse, o Malaquias. "Pensei que fosse videocassetada, pegadinha, sei lá! Olhei pra todo lado procurando a câmera. Mas a mulher estava tão séria que eu acabei entendendo que ela queria mesmo casar com o cachorro. Deus que me perdoe. Esse mundo tá virado..."
Obviamente, André não aceitou o pedido de Maria, o que deixou a advogada bastante contrariada. Tão contrariada que ela mesma chamou a polícia. Munida de uma revista onde o antigo Ministro do Trabalho, Rogério Magri, dizia com todas as letras: "cão também é ser humano", ela garantia diante do atônito delegado que poderia sim, se casar com Malaquias. E completava: não é casamento gay! Ele é macho!
Após um debate caloroso, Maria foi convencida a deixar a delegacia. Mas não se amofinou. No dia seguinte, acampou em frente ao cartório, onde permaneceu mais de uma semana, em protesto pela negativa ao seu pedido. Na frente da sua barraquinha, ao lado da tigela de água de Malaquias, um cartaz explicava: "aqui luta um par romântico pelo seu direito ao amor".
Hoje de manhã, a trupe de teatro de rua "Treato Drua" representou na calçada o casamento de Maria e Malaquias, com direito a padre de mentirinha, vestido, véu e grinalda. No momento do beijo, o Padre Saló (personagem do ator Xuxú Beleza) trocou o texto por algo mais adequado: pode lamber a noiva.
Os dois pombinhos já voltaram pra casa e vivem felizes sua lua-de-mel.